QUADRO DUODENO-PANCREÁTICO

    O chamado quadro duodeno-pancreático é fundamental na compreensão do abdómen, tanto do ponto de vista da sua posição central (que faz com que se relacione com praticamente todas as estruturas abdominais), como do ponto de vista das diversas patologias associadas a estes dois orgãos, que obrigam muitas vezes a intervenções cirúrgicas delicadas.

    A imagem acima mostra os limites do chamado quadro duodeno-pancreático, com o estômago retirado para permitir uma melhor visualização do quadro. Estão ainda assinalados (com setas amarelas) alguns dos principais orgãos e estruturas envolventes, tais como: o cólon transverso, os rins, as cápsulas suprarrenais, o pedículo hepático, a veia cava inferior, a artéria aorta abdominal, o estômago, o baço ou ainda a artéria e a veia mesentérica superiores.

    A designação de quadro duodeno-pancreático deriva do facto de a cabeça do pâncreas, mais concretamente o seu bordo circunferencial, se adaptar a parte da 1ªa porção, à 2ª porção e a parte da 3ª porção, do duodeno. Esta adaptação faz lembrar a figura da adaptação de um pneu (metaforicamente o duodeno) numa jante (metaforicamente o pâncreas).

    A penetração dos canais pancreáticos e do canal colédoco no duodeno são dos mais fortes pontos de fixação entre os 2 orgãos, como aliás se pode ver na imagem abaixo.

   

 

Algumas patologias que envolvem o quadro duodeno-pancreático

    PÂNCREAS ANULAR

    Durante o desenvolvimento embrionário, o tecido pancreático em desenvolvimento envolve o duodeno, causando obstrução.

 

 

 

 

 

 

    PÂNCREAS ACESSÓRIO

    Algum tecido pancreático é encontrado em tecidos como o estômago, o intestino delgado ou a vesícula biliar.

 

 

 

 

 

 

    TUMOR DA CABEÇA DO PÂNCREAS

    90% das neoplasias malignas relacionadas com o sistema de ductos do pâncreas ocorrem na cabeça desta glândula.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Algumas formas de actuação sobre patologias duodeno-pancreáticas

    Para tratar situações como a verificada com a existência de um pâncreas anular, ou outras formas de obstrução do duodeno, uma das formas de proceder é relizar uma anostomose entre o estômago e uma ansa jejunal (ligadas cirurgicamente) contrariando o efeito da obstrução sem obrigar, por exemplo, à remoção de tecido pancreático. 

 

 

 

 

 

    Para tratar tumores situados nos ductos pancreáticos principais, situado por exemplo na cabeça do pâncreas, recorre-se frequentemente ao procedimento de Whipple, também conhecido por pancreaticoduodenectomia, removendo a cabeça e o colo (porções que formam a superfície que contacta com a curva do duodeno) do pâncreas, e geralmente também a vesícula biliar, os ductos biliares nas suas porções distais, todo o duodeno e a porção inferior do estômago.

    Por reconstrução procede-se depois à anastomose do pâncreas ao jejuno, do canal colédoco ao jejuno e do estômago ao jejuno. 

 

 

 

 

    No caso de tumores do corpo ou da cauda do pâncreas, a indicação cirúrgica é de remoção do corpo e da cauda do pâncreas e também do baço (esplenectomia).

    Quando os tumores são benignos, podem por vezes ser apenas removidos, sem necessidade de extrair tecido pancreático adicional.

 

 

 

 

 

 

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